sábado, 1 de maio de 2010

Nas ondas do nanorrádio

Para quem conhecer os (atuais)limites da tecnologia ...!
29/1/2008
Agência FAPESP – Quem acha os rádios portáteis e celulares atuais pequenos ainda não viu nada. Um grupo de cientistas dos Estados Unidos acaba de anunciar o desenvolvimento de um processo eficiente para a fabricação de um nanocomunicador. O dispositivo tem tamanho na escala da bilionésima parte do metro.

Para demonstrar a viabilidade da tecnologia, os pesquisadores construíram um transistor à base de nanotubos de carbono capaz de receber sinais de rádio de emissoras locais. Os autores do estudo são de diversos departamentos da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign e os resultados foram publicados nesta segunda-feira (28/1) na edição on-line e estarão em breve na versão impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).

O transistor foi construído com nanotubos de carbono de parede única, que têm diversas vantagens em relação aos materiais eletrônicos convencionais, além do menor tamanho, segundo os pesquisadores. Entre as vantagens está permitir que elétrons se desloquem mais livremente quando comparados com o silício, usado na fabricação dos processadores atuais, resultando em maiores velocidades de transferência de sinais.

Até então, dispositivos baseados exclusivamente em nanotubos individuais não eram considerados tecnologia viável. O motivo é que eles não conseguiam ser produzidos com as propriedades necessárias que exigem os componentes principais dos transistores.

Coskun Kocabas e colegas empregaram dispositivos compostos por folhas de nanotubos paralelos e mostraram que, por meio da nova técnica, os transistores microscópios podem ser feitos em grandes quantidades e com excelente uniformidade.

Os pesquisadores montaram um rádio no qual os nanotransistores forneceram todos os componentes ativos: antena ressonante, amplificadores de radiofreqüência, misturadores de sinais e amplificadores de áudio. Em seguida, conseguiram sintonizar o rádio para receber sinais de uma emissora de Baltimore – que, naturalmente, não foi ouvida, mas teve seu espectro captado.

Os autores do estudo estimam que a tecnologia, compatível com eletrônicos convencionais, poderá levar à fabricação de novas classes de sistemas de comunicação.

O artigo Radio frequency analog electronics based on carbon nanotube transistors, de Coskun Kocabas e outros, poderá ser lido por assinantes da Pnas em www.pnas.org.

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